(UFPR 2025) Com base na leitura desse fragmento, extraído da parte final de Poema sujo, de Ferreira Gullar, e na leitura da integralidade do poema, assinale a alternativa correta.
Questões de Linguagens na UFPR 2025
67. (UFPR 2025) Considere o seguinte texto:
O homem está na cidade
como uma coisa está em outra
e a cidade está no homem
que está em outra cidade
mas variados são os modos
como uma coisa
está em outra coisa:
o homem, por exemplo, não está na cidade
como uma árvore está
em qualquer outra
nem como uma árvore
está em qualquer uma de suas folhas
(mesmo rolando longe dela)
O homem não está na cidade
como uma árvore está num livro
quando um vento ali a folheia.
Gullar, F. Poema sujo. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1983. p. 102.
Com base na leitura desse fragmento, extraído da parte final de Poema sujo, de Ferreira Gullar, e na leitura da integralidade do poema, assinale a alternativa correta.
- As reflexões existenciais predominam em Poema sujo, afastando outras temáticas frequentes na poesia brasileira da década de 1970, tais como as diferenças sociais e os posicionamentos políticos.
- As memórias do menino e do adolescente se misturam de forma perturbadora na consciência do adulto que cria o poema, motivo pelo qual ele sempre desejou abandonar os lugares sujos em que viveu.
- Enquanto, no fragmento transcrito, as referências à linguagem e aos livros são genéricas, em outros versos do poema, as várias fases da trajetória literária de Ferreira Gullar são apresentadas em ordem cronológica.
- A sucessão de imagens e sensações recuperadas pela força da memória nas quais predomina o que é sujo ou degradado cede lugar, no final do poema, a imagens da natureza, considerada mais pura do que a cidade.
- Os versos “e a cidade está no homem / que está em outra cidade” indicam que o passado vivido em São Luís do Maranhão segue entranhado no poeta enquanto ele vive como exilado político em Buenos Aires.
Resposta: E
Resolução: Os versos “e a cidade está no homem / que está em outra cidade” indicam o sentido de pertencimento do poeta à sua cidade natal, São Luís do Maranhão, que permanece em sua memória, mesmo quando ele está exilado em Buenos Aires. Isso reflete a persistência das lembranças de seu passado no exílio político.