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(UFPR 2025) Com base na leitura desse fragmento de Quarto de despejo, de Carolina Maria de Jesus, e na integralidade da leitura do livro, assinale a alternativa correta.

Questões de Linguagens na UFPR 2025

70. (UFPR 2025) Considere o seguinte texto:

Eu deixei o leito as 3 da manhã porque quando a gente perde o sono começa pensar nas miserias que nos rodeia […] Deixei o leito para escrever. Enquanto escrevo vou pensando que resido num castelo cor de ouro que reluz na luz do sol. Que as janelas são de prata e as luzes de brilhantes. Que a minha vista circula no jardim e eu contemplo as flores de todas as qualidades […] É preciso criar este ambiente de fantasia, para esquecer que estou na favela.

Fiz o café e fui carregar agua. Olhei o céu, a estrela Dalva já estava no céu. Como é horrível pisar na lama.

Jesus, C. M. de. Quarto de despejo: diário de uma favelada. São Paulo: Ática, 2014. p. 58.

Com base na leitura desse fragmento de Quarto de despejo, de Carolina Maria de Jesus, e na integralidade da leitura do livro, assinale a alternativa correta.

  1. A visão da estrela Dalva, assim como a ideia de viver em um castelo dourado, são fantasias causadas pela fome e pelo excesso de esforço físico.
  2. Mesmo enquanto escreve seu diário, Carolina tem consciência de que vive num lugar insalubre, o que não a impede de sonhar com uma situação menos desumana.
  3. Um desejo de Carolina é se mudar da favela para o quarto de despejo de alguma casa de alvenaria em um bairro mais próximo do centro.
  4. Por privilegiar a fantasia, Quarto de despejo se afasta do registro realista, tendência predominante na literatura brasileira da década de 1950.
  5. Por idealizar uma vida impossível para quem vive na favela, Carolina presenteia seus filhos com brinquedos incompatíveis com sua situação econômica.

Resposta: B

Resolução: A narradora, Carolina, tem consciência da precariedade de sua vida na favela, mas isso não impede seus sonhos e devaneios sobre uma vida melhor. O fragmento ilustra sua capacidade de imaginar e fantasiar uma realidade diferente, sem que isso diminua a dureza do que vivencia.