(UNICAMP 2025) Em “Sonhos para adiar o fim do mundo”, o pensador Ailton Krenak conta-nos que um pajé Xavante sonhou que a terra ficaria desolada diante da ação predatória dos homens brancos.
Questões de Linguagens na Unicamp 2025
45. (UNICAMP 2025) Em “Sonhos para adiar o fim do mundo”, o pensador Ailton Krenak conta-nos que um pajé Xavante sonhou que a terra ficaria desolada diante da ação predatória dos homens brancos.
Escreve Krenak no livro:
“Foi ali que eu atinei que tinha algo na perspectiva dos povos indígenas, em nosso jeito de observar e pensar, que poderia abrir uma fresta de entendimento nesse entorno que é o mundo do conhecimento. Naquele tempo eu comecei a visitar as florestas (...) e, por todos os lados, os pajés diziam: ‘vocês precisam tomar cuidado porque o mundo dos brancos está invadindo a nossa existência.’ Invadindo.”.
(KRENAK, A. A vida não é útil. São Paulo: Companhia das Letras, p. 35-36, 2020.)
No trecho, as preocupações dos pajés evocam
- o trauma de variados povos indígenas das florestas, decorrente das frestas de entendimento sobre o passado colonial extrativista.
- a adoção da diversidade de perspectivas, embora os homens brancos reconheçam a falibilidade do sistema de dominação presente.
- a diferença de perspectivas na relação homem-natureza, com a valorização da busca de um conhecimento não predatório.
- a resistência indígena a partir do sonho de que os homens brancos deixem de ameaçar a existência dos povos originários.
Resposta: C
Resolução: As preocupações dos pajés evocam a diferença de perspectivas na relação homem-natureza, com a valorização da busca de um conhecimento não predatório. Krenak destaca a necessidade de adotar uma perspectiva indígena que observa e pensa de uma maneira que pode abrir um entendimento sobre o mundo do conhecimento, diferente do sistema de dominação dos homens brancos.