(UNICAMP 2025) Quando eu falo em adiar o fim do mundo, não é a este mundo em colapso que estou me referindo
Questões de Sociologia na Unicamp 2025
24. (UNICAMP 2025) Quando eu falo em adiar o fim do mundo, não é a este mundo em colapso que estou me referindo. Este tem um esquema tão violento que eu queria mais é que ele desaparecesse à meia noite de hoje e que amanhã a gente acordasse em um novo. No entanto, efetivamente, estamos atuando no sentido de uma transfiguração, desejando aquilo que o Nêgo Bispo chama de confluências, e não essa exorbitante euforia da monocultura, que reúne os birutas que celebram a necropolítica sobre a vida plural dos povos deste planeta. Ao contrário do que estão fazendo, confluências evoca um contexto de mundos diversos que podem se afetar. (...) Se o colonialismo nos causou um dano quase irreparável foi o de afirmar que somos todos iguais.
(Adaptado de KRENAK, Ailton. Futuro ancestral. São Paulo: Companhia das Letras, p. 40-42, 2022.)
Assinale a alternativa que explicita a crítica de Krenak à monocultura, tal como é enunciada no excerto.
- A monocultura praticada nos grandes latifúndios é responsável por diversos problemas ambientais e pela necropolítica.
- A monocultura, assim como a imposição colonial de um modelo cultural único, se expressa na recusa da pluralidade de povos e culturas.
- Adiar o fim do mundo requer o combate à monocultura na produção agrícola e a transfiguração deste mundo em que estamos vivendo.
- A monocultura, produtora de violências, é resultado do colonialismo e da necropolítica.
Resposta: B
Resolução: Krenak critica a monocultura e a imposição colonial de um modelo cultural único por recusarem a pluralidade de povos e culturas. Ele defende a necessidade de confluências, um contexto de mundos diversos que podem se afetar, em oposição à monocultura e à necropolítica.